Um retorno às origens, ao som dos 20 anos e às antigas inspirações oníricas de Michael Stipe. Assim é o último álbum do REM, "Accelerate", em que o grupo redescobre a essência raivosa do rock, como um refúgio para as desilusões do sonho norte-americano.
As onze canções do 14º disco da banda voam em apenas 34 minutos e os riffs agressivos, as paradas bruscas e os arranjos por vezes labirínticos tiram o fôlego de quem as ouve pela primeira vez.
"'Accelarate' comunica energia e também raiva, para os cidadãos norte-americanos é difícil não ficar com raiva do que o governo fez nos últimos oito anos", explica o baixista Mike Mills.
Mas há um abismo, não só musical em relação ao cristalino "Around the Sun", o álbum que, em 2004, colocou o REM em defesa do candidato democrata John Kerry contra a reeleição de George W. Bush.
"A última coisa que quero é escrever canções políticas, preferi escutar a minha voz inconsciente e moral", explicou Stipe.
"Until the day is done", uma das canções mais intensas do álbum, é mais um desabafo de um sonhador desiludido do que um hino à revolta. "Há um pessimismo nessas letras, mas continuo esperançoso", revelou o vocalista do grupo.
Não por acaso, o álbum termina simbolicamente com a pungente "I'm gonna DJ", que evoca novamente as aspirações dos rebeldes de Athens contra a reunião de governos para discutir leis comerciais em 1999.
Mas a militância política dos três integrantes do REM, democratas ferozes, ainda não escolheu o candidato do partido, vaga disputada entre Hillary Clinton o Barack Obama. "Obama tem mais chances, mas vai saber, no fundo são todos políticos. Você deixaria um deles entrar na sua casa?", pergunta o guitarrista Peter Buck.
FONTE: UOL
Marcadores: Albuns, Alternativo, Bandas, REM
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